terça-feira, 15 de outubro de 2013

Lembrado com carinho, não comemorado com alegria.

O Dia 7 de Setembro é tratado com maiores festas e desfiles e comentários do que o 15 de Outubro, mas não há independência, nacional ou individual, sem Educação: o professor é o construtor da independência. bastou um grupo de soldados darem um grito e o Brasil proclamou a República, mas até hoje ela não foi construída por falta dos professores.
Por isso, este 15/10 deveria ser um dia de grande festa como reconhecimento do Brasil aos seus professores. Mas, para isso seria necessário que o reconhecimento fosse sincero e reconhecido pelos professores.
Hoje, ficaria ridículo se o governo decidisse transformar o 15/10 em uma festa como o 7/9. Não há como ser reconhecido com sinceridade e credibilidade, quando são tão pequenas as formas diárias deste reconhecimento.
Entre todas as categorias profissionais, o professor só perde para uma que não exige a menor qualificação. O seu lugar de trabalho não perde na precariedade a não ser para os trabalhos em minas e outros ambientes insalubres e hostis. Os equipamentos que lhes são oferecidos para o trabalho talvez percam apenas para os piores serviços públicos de saúde à disposição de alguns médicos. E os riscos de violência que enfrentam estão entre os mais brutais entre todos os profissionais.
Por tudo isso, o dia 15/10 não merece ser comemorado, apenas lembrado. E lembrado como um dia de dívida com cada criança e com o futuro do Brasil. É como se os escravos comemorassem o 13 de Maio antes dele ter acontecido em 1888, apenas como uma perspectiva.
É isso que se salva deste dia, o sonho de que no futuro teremos um 10/15 que seja sincero e reconhecido. Comemorado, não apenas lembrado.

Cristovam Buarque

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