Foto Jornal de Caruaru |
Publicado em Terça, 06 Setembro 2016 19:13
Maria Izabel Azevedo Noronha
Presidenta da APEOESP - Sindicato Professores do Ensino Oficial de São Paulo
O povo brasileiro vem expressando nas ruas sua indignação contra o golpe que cassou o mandato da legítima presidenta do Brasil, Dilma Rousseff. Não aceitamos o presidente biônico Michel Temer e queremos decidir em eleições diretas quem deve governar o nosso País.
Por isso, em que pese a mídia tradicional ter tentado esconder a manifestação contra o golpe e pela democracia realizada no domingo, 4 de setembro, em várias cidades brasileiras, milhares foram às ruas para demonstrar sua indignação com o que vem ocorrendo e para defender os direitos e conquistas ameaçados.
Em São Paulo, 100 mil pessoas percorreram de forma pacífica um longo percurso desde a avenida Paulista, passando pela avenida Rebouças e chegando ao Largo da Batata, em Pinheiros. Ali, quando já se dispersavam, manifestantes foram violentamente atacados pela tropa de choque da Polícia Militar comandada pelo governador Geraldo Alckmin.
A justificativa utilizada pela PM, de que teria havido um princípio de tumulto na estação Faria Lima do Metrô, não explica tamanha selvageria na repressão (inclusive com arremesso de bombas dentro da estação, onde havia idosos e crianças, bem como em bares da região). Cabe às forças de segurança isolar e controlar eventuais ações de provocadores, sem colocar em risco centenas de outras pessoas que não participam de tais ações. Ao agir da forma como agiu a PM demonstra incompetência e despreparo para lidar com esse tipo de situação ou, como é mais provável, tem ordens superiores para semear a insegurança entre os manifestantes.
A Constituição Federal assegura o direito à livre manifestação. O movimento social, bem como o movimento sindical, e a APEOESP faz parte desta tradição, manifesta-se pacificamente nas ruas por suas pautas de reivindicações e continuará a fazê-lo.
A democracia vem sendo pisoteada no nosso País com o objetivo de tentar nos impedir de lutar contra a unificação da idade mínima para aposentadoria de homens e mulheres, do setor público e privado, em 65 anos; contra o fim da aposentadoria especial de professores e outras profissões penosas e de risco; contra o aumento da alíquota de contribuição previdenciária dos servidores de 11% para 14%; contra o fim do piso salarial profissional nacional do magistério; contra a redução das verbas para a educação, saúde e demais áreas sociais; e contra tantos outros ataques que vem sendo realizados pelo governo biônico de Michel Temer. Além de tudo, lutamos por reajuste salarial que reponha nossas perdas do último período.
Não nos intimidamos. Não aceitamos a política de reajuste zero do governo de São Paulo. No dia 22 de setembro os professores estarão na avenida Paulista para realizar uma grande assembleia estadual. No dia 26/8 fomos 30 mil; no dia 22/9 seremos muitos mais!
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